segunda-feira, 9 de abril de 2012

A Hora de Trevas Para o Homem é a Hora do Poder para Deus

 
Em João 2 Jesus e os discípulos foram convidados à uma ceia de bodas em Caná; evidentemente a família do Senhor recebeu o convite também, pois a mãe de Jesus estava lá. Maria foi até Ele com um pedido: “Acabou o vinho”.
A resposta de Jesus à mãe parece um pouco estranha. Ele diz, “A minha hora ainda não chegou”.
Que hora é essa à qual Jesus estava se referindo? Ele não estava falando do momento de trevas que enfrentaria três anos mais tarde antes da crucificação; naquela ocasião Jesus realmente disse: “A minha hora chegou”.
Mas aqui em Caná Ele estava falando de uma hora diferente. O fato é que o ministério de Jesus estava apenas começando. É a isso que Ele se referia quando disse à mãe que Sua hora ainda não havia chegado. Em verdade, logo após Ele operou um milagre; Ele milagrosamente transformou seis grandes jarros de água em vinho.
Eu lhe pergunto: você alguma vez se perguntou por que Jesus esperou para fazer esse milagre? Ele aguardou até que cada garrafa estivesse seca, cada copo vazio, até mesmo que o dono da casa ficasse preocupado.
Eu lhe digo, Jesus aguardou de propósito nesse casamento até que todos os recursos humanos se esgotassem. Ele esperou até que nada pudesse resolver o problema senão um milagre. Foi quando veio a hora de Deus.
Eis uma verdade importante para todo crente: a hora do poder de Cristo é manifesta no momento exato de nossa impotência
Eu creio que Jesus estava dando aos discípulos – e à Sua igreja que viria – um sermão ilustrado. O nosso Senhor nunca fez ou disse algo que não fosse de significado eterno. Tudo que as escrituras registram sobre Ele aponta para a natureza e operação imovíveis de Deus. E há um princípio divino dirigido a nós nessa cena em Caná.
A “hora” de Jesus tinha a ver com algo que estava acontecendo na ceia. Ou seja, a Sua hora de poder vem quando acaba o vinho das jarras – quando acabam as suas soluções e saídas, quando todos os nossos esforços humanos são em vão – e só um milagre pode responder ao nosso problema.
Encontramos esse princípio em ação por toda a Bíblia: na hora mais negra do homem, o Senhor tem um histórico de manifestação do Seu poder. Quando chegamos ao nosso limite final, Deus já preparou uma grande obra de livramento a nosso favor.
As escrituras nos dão abundantes exemplos deste princípio. Achamos dois exemplos destes em Juízes, um livro que contém alguns dos períodos mais negros na história do Israel antigo.
Em uma situação de trevas, Deus tinha um livramento maravilhoso preparado para o Seu povo por meio do pequeno Gideão
Juízes 6 encontra Israel em um período de horrível empobrecimento. Ano após ano o povo de Deus era tornado frágil por um inimigo que por meio de pilhagens o mantinha em pobreza. Quando os perversos midianitas chegavam, o povo de Deus fugia para as colinas em busca de segurança se escondendo em cavernas. Enquanto isso esse inimigo roubava a colheita e rebanhos, e destruía tudo que haviam construído. Deixavam Israel totalmente “sem sustentação”.
Que situação de trevas. E a situação de empobrecimento de Israel ia continuando por anos e anos. Isso fala de morte espiritual. E o choro deles era “Ai, senhor meu! Se o Senhor é conosco, por que nos sobreveio tudo isto? E que é feito de todas as suas maravilhas...” (Juízes 6:13).
Contudo foi nessa hora de trevas que Deus manifestou o Seu poder em favor do povo. Em verdade, o Senhor realizou esse livramento escolhendo o homem mais pobre dentro da mais pobre das famílias, na tribo mais pobre de Israel: Gideão.
Você provavelmente está familiarizado com o resto da história. Deus enviou um anjo a Gideão. Junto com outros trezentos homens, usando apenas trombetas e tochas, eles quebraram o poder dos midianitas. Israel foi milagrosamente salvo!
A hora de trevas deles se tornou a hora do poder para Deus.
Encontramos o mesmo princípio em ação na história de Débora
Juízes 4 diz: “Entregou-os o Senhor nas mãos de...rei de Canaã” (Juízes 4:2). Por causa do pecado desenfreado, Israel caiu em profundas trevas por vinte anos. Durante esse tempo o povo de Deus sofreu poderosa opressão. No entanto essa mesma hora de trevas deles se tornou a hora do poder manifesto de Deus.
Quando se acabaram as esperanças de Israel, Deus agiu sobre uma profetiza chamada Débora. Essa mulher enxergava claramente em meio à escuridão da hora. Todos em Israel ficavam se lam1entando exceto essa piedosa mulher. As escrituras dizem que ela “atendia debaixo da palmeira... na região montanhosa de Efraim” (4:5), onde promovia reuniões ao ar livre para encorajar o povo.
Débora proclamou: “Dispõe-te, porque este é o dia em que o Senhor entregou a Sísera (o inimigo) nas tuas mãos; porventura, o Senhor não saiu adiante de ti?... E cada vez mais a mão dos filhos de Israel prevalecia” (4:14, 24).
Débora recusava deixar que a escuridão a vencesse. Ela sabia que Deus jamais é surpreendido pelas trevas dos tempos. Então ela proferia fé ao povo de Deus, chamando aquela hora negra da história de hora exata do livramento de Deus.
Um outro exemplo ocorre com o rei Josafá quando o povo de Deus sofria violento ataque
Em Segundo Crônicas lemos que Josafá recebeu uma mensagem assustadora: “Grande multidão vem contra ti dalém do mar e da Síria... Então, Josafá teve medo e se pôs a buscar ao Senhor; e apregoou jejum” (2 Crônicas 20: 2-3).
Aterrorizado, o rei de Israel convocou uma grande reunião de oração: “Judá se congregou para pedir socorro ao Senhor” (20:4). Quando o povo se reuniu para buscar a Deus, Josafá orou: “Senhor, não sabemos o que fazer. Mas os nossos olhos estão fitos em Ti!”.
Este talvez fosse o momento mais negro para Israel. Estavam enfrentando aniquilação total e não tinham como impedir a invasão do inimigo. Qual foi a resposta de Deus ao Seu povo nesta hora? “Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus” (20:15).
Ao ouvirem isso, algo tocou as pessoas por dentro. Elas haviam ouvido uma palavra de Deus. Agora, na hora mais tenebrosa, a fé se levantou em seus corações – e começaram a louvar.
O Espírito do Senhor apareceu no meio da congregação. E assim que os louvores do povo ascenderam ao céu, o Senhor enviou um poderoso anjo para armar emboscada contra o inimigo que se aproximava. Um anjo de Deus destruiu todo aquele exército!
Em um único e rápido instante, a vitória era deles. O que parecia ao povo de Deus uma hora negra se lhes tornou a hora do livramento de Deus.
Isaías traz esse princípio mais perto de nós quando profetiza o aparecimento de Jesus na terra nos últimos dias
Isaías profetizou: “Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a sua glória se vê sobre ti. As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu” (Isaías 60:2-3).
Esta profecia fala dos últimos dias, um tempo que se iniciou quando a luz – Jesus Cristo o Senhor – veio às brutais trevas. Isaías está falando de um grande e amplo brilhar da glória de Cristo sobre as trevas. Multidões de pessoas por todo o mundo gentílico viriam à Sua luz.
Pense no seguinte: não houve tempo mais negro na história do que ao nascimento de Jesus. O grande Império Romano havia se tornado uma sociedade materialista, cheia de cobiça e voracidade. As perversões sexuais abundavam, e bebedeiras e glutonaria eram a norma. Foram escritos livros sobre a pecaminosidade grosseira que derrubou o Império Romano. Em verdade, todo o mundo conhecido da época estava coberto pela mortalha das trevas.
Também durante esse tempo, uma horrível escuridão havia caído sobre Israel. A hipocrisia governava. Sacerdotes roubavam a casa das viúvas, e os pobres e os incultos desprezavam os seus assim chamados líderes espirituais. Em termos simples, os cegos guiavam os cegos.
Foi à essas trevas brutais que Jesus veio como luz brilhante. E nós sabemos que desde aquele dia glorioso, multidões de pessoas vieram à Sua luz.
Pode-se dizer, “Mas dê uma olhada no mundo hoje. As trevas brutais continuam cobrindo a terra”. Sim – em na minha opinião, esta hora presente é a pior da história humana; a escuridão pairando sobre todas as nações e povos pode realmente ser apalpada. Ameaça nuclear, genocídio, tráfico sexual em tantos lugares – tudo isso alimenta devastação de nosso coração. Será que poderia haver uma nuvem mais negra do que esta que cobre a terra nesse momento?
Mas Jesus continua sendo a luz do mundo. E quanto mais brutais as trevas, mais brilhante é a Sua luz! Ao enxergar as trevas de nossos dias, Isaías clamou como Débora: “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti” (Isaías 60:1).
Mais uma vez, na hora mais negra do mundo, o Senhor vai manifestar o Seu poder. E creio que Ele realizará isso promovendo uma colheita significativa de almas perdidas nos dias à frente. Vou lhe dar três razões pelas quais vejo isso acontecendo.
Primeiro, há um crescente testificar do Espírito Santo
“O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16). “Dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo” (Hebreus 2:4). “E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo” (Hebreus 10:15).
Pode-se perguntar, “O Espírito Santo está testificando o quê?”. O versículo seguinte diz: “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei” (Hebreus 10:16). Simplificando, o Espírito Santo é testemunha do derramamento de misericórdia sobre essa geração dos últimos dias.
“E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade... Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho” (I João 5: 6,10). O Espírito Santo dá testemunho de toda operação e mover de Deus, nos preparando para aquilo que Ele está prestes a fazer. Nesse momento a Sua igreja está sendo incitada de novo - mostrando-nos que um mover soberano do Espírito Santo deverá vir. De dentro destas brutais trevas, o Espírito elevará Cristo e atrairá multidões a Ele.
Também estamos experimentando uma época de trevas na igreja. Algumas denominações estão fazendo afirmação de casamentos de pessoas do mesmo sexo, e toda uma geração de jovens está se afastando de Deus. Contudo nessa hora mais negra, o Espírito Santo está despertando todos os que O buscam. Se você está andando no Espírito, você ouve o mesmo testemunho do Espírito que eu ouço. Ou seja: a hora das trevas para o homem é a hora do derramamento do Espírito Santo. Sempre foi assim, e assim será agora.
Nessa hora de más notícias, o Espírito está testificando boas novas: “Guardei o melhor vinho para o fim!”.
Segundo, um espírito de oração está se apoderando do povo de Deus
Agora mesmo reuniões de oração estão sendo ressuscitadas em igrejas por toda Nova York. Quem iria acreditar que isso iria acontecer na “Cidade do Pecado”? No mês passado mais de 50.000 pessoas se reuniram em Times Square (praça) para orar. E conferências cristãs pelo mundo todo estão se tornando de repente reuniões de oração mesmo que não tenham sido programadas para tal.
Quando o Espírito age – quando os pecadores vão a Cristo, quando o Espirito testifica que essa é a hora de orar, quando Deus faz uma promessa e começa a se mover – não dá para nos acomodar e dizer: “Deus prometeu. Vou simplesmente 'aceitar pela fé'. Vou ficar aguardando e observá-Lo cumprindo tudo que Ele prometeu”. Não! Quando o Espírito se move, é a hora de pressionarmos com fervor e fé.
Quando Daniel leu a profecia de Jeremias, calculou que os setenta anos de cativeiro de Israel tinham chegado ao fim; entendeu que Israel estava prestes a ser liberto de Babilônia. O povo de Deus estava prestes a ser liberto!
Então o que Daniel fez? Será que ele esperou que Deus se movesse “aceitando tudo pela fé”? Não! Daniel declarou: “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza” (Daniel 9:3). Claro que orou com abundante fé.
É isso que o Espírito Santo faz antecedendo todo grande movimento do Senhor: Ele nos chama à oração fervorosa. E todo grande movimento do Espírito que se segue é sustentado pela oração.
Na epístola de Judas, lemos de uma geração dos últimos dias entregue à fornicação e sensualidade. Foi quando o povo de Deus murmurou e se queixou. Judas profetiza tudo isso, “Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades, para exercer juízo” (14-15).
Mas como o povo de Deus deveria se preparar para isso? De acordo com Judas, “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo” (20). Na hora mais negra, o povo de Deus deve sempre vigiar e orar.
Terceiro, essa geração ficou sem vinho e precisa de um milagre
Vinho na Bíblia representa alegria e júbilo. “Vinho, que alegra o coração do homem” (Salmo 104:15). No Novo Testamento, “vinho novo” é tipologia do Espírito Santo.
Mas ao olhar para a igreja de hoje, vejo jarros de vinho vazios. Por que? Como quase todos os profetas bíblicos disseram, “O pecado remove a alegria e o júbilo”.
Agora tenho uma palavra para toda mãe, pai ou avós que têm orado há tanto tempo por seu jovem perdido: fique firme. Jesus está observando e aguardando. A hora dEle em favor de seu jovem está prestes a chegar.
O fato é que o seu filho ou filha podem ainda estar bebendo do velho vinho deste mundo. Não conseguem deixar os velhos amigos. Eles ainda abrigam mágoas da igreja, guardam rancor e têm dúvidas pendentes. Mas os vasos que contêm esse vinho velho estão prestes a secar. Seus amigos falharão e eles serão aniquilados pelo vazio.
Quando esse momento chegar – quando todos os esforços deles forem em vão – você verá a hora do poder de Deus. Somente um milagre de Sua graça pode trazer real livramento. Então, continue orando. Deus vai manter a Sua palavra para você!
À luz de tudo isso, o que devemos fazer?
Maria, mãe de Jesus, nos dá a resposta. Em Caná, ela diz aos discípulos, “Façam tudo o que Ele disser”. Amado, o Senhor lhe dirá o que fazer. Ele é o vinho novo, a fonte de toda alegria e júbilo. E Ele irá lhe falar o que deseja que você faça. Leia a Sua palavra – e aí simplesmente a cumpra!
Jesus nos manda trabalhar enquanto ainda é dia. Por que? Porque “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (João 9:4).
Em Apocalipse 9, João descreve uma multidão diante do trono de Deus, uma massa tão grande de pessoas que ninguém conseguiria contar. Essa multidão é representativa de povos de toda língua e nação, vestidos de túnicas brancas e todos louvando o Senhor. Quando João pergunta: “Quem são essas pessoas? De onde elas vêm?” ele ouve, “Estes são os que vieram da grande tribulação”.
Prezado santo, eu creio que somos a geração referida em Apocalipse 7. Estamos vivendo na mais negra de todas as horas e por todo lado ao redor há grandes tribulações. Mas a luz continua brilhando intensa. Em verdade, quanto mais escura a noite, maior é a Sua luz!
Ao batalhar em oração por seus queridos e por um mundo coberto por trevas, quero lembrar-lhe de sua própria história. Lembre-se, na época de sua tribulação alguém estava ganhando almas. Alguém estava levando os perdidos à luz por meio da oração. Alguém estava se levantando acima da escuridão e proclamando Cristo. Alguém acreditou que Jesus iria fazer fluir vinho novo. E aconteceu. Você veio à luz! Certamente muitos outros sairão das trevas para a luz.

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