É impressionante como as pessoas,
de todos os níveis, perguntam e comentam sobre a situação política do momento,
no Brasil. Há certa desorientação e inquietação generalizada. Quem está certo?
Quem está dizendo verdades? Quem está se aproveitando da situação? Quem está, descaradamente, mentindo? No que
vai dar tudo isso que está sendo dito e mostrado? As pessoas estão perplexas.
Permitimo-nos aqui, neste espaço absolutamente livre e democrático, sem promessas
nem esperanças de sacolões e mensalões, malas e malinhas, expor algumas idéias.
1 - Primeira observação: a
democracia dita representativa está tremendamente em crise e não é nada
representativa, nem mesmo estatisticamente. Tanto em nível municipal, estadual
como federal ela é uma aberração. Os que
estão exercendo o poder Legislativo representam um número muito pequeno de
eleitores. Basta um exercício elementar de estatística, somando os votos dos
que são vereadores ou deputados hoje “legítimos representantes”, e veremos que
essa soma de votos não alcança, em nenhum município ou Estado, os votos de 30% dos eleitores. Que
representatividade é essa? São representantes de pequenos grupos de interesse e
de pressão. E que, efetiva, garantida e eficazmente cobram ações dos eleitos
para que seus interesses sejam plenamente atendidos.
2 – Qualificação dos eleitos: para
ocupar qualquer cargo em empresas, escolas, associações, igrejas etc., exige-se
a comprovação de habilitação e qualificação, quando não também experiência. Para o exercício e ocupação de
um cargo político nada disso é exigido. Qualquer um acha-se habilitado e
qualificado. E concorre, usando dos meios de que dispõe: dinheiro, influência, mentira,
calúnia, sabotagem, boicote, pressão, infidelidade, promessas mirabolescas,
enganos etc.
3 – Consciência dos cidadãos:
cidadania, hoje, mais que nunca, implica em participação. Para participar é
necessário um mínimo de consciência e de conhecimento do que está acontecendo.
Temos uma marca muito forte de alienação com relação à realidade política, à
organização e funcionamento da sociedade. As pessoas preferem distância dessa
realidade e não envolvimento, comprometimento e participação. Cada um pensa em
poder aproveitar de alguma coisa para si, quer algum benefício próprio. Se o
eleitor não ganhar algum dinheirinho, ele não vota em candidato honesto e sério
e pobre...
4 – Não conhecimento nem prática do princípio do bem comum. A
característica mais forte é tirar proveito individual. Além disso, aqueles que
se elegem (porque não são eleitos!) sentem-se como proprietários do bem
público. Se um vereador, um deputado, um prefeito faz uma obra que beneficia a
população, ele quer ser visto como
alguém que, por iniciativa própria, como se o município ou o Estado fosse uma
empresa particular sua, fez um favor à população, a coitadinha que não sabe se
ajudar... Até festas de comemoração de aniversário de município são
apresentadas como um presente do Poder Público à população. Que presente que
nada! A população, sem saber, está pagando e pagando muito caro o show ou
espetáculo de aniversário do município. Qual dos munícipes foi consultado se
ele está de acordo que se faça esse tipo de comemoração. Ou somos governados
por oniscientes? Ou gênios? Ou Adivinhos?
Então, se hoje alguém se pergunta:
por que a situação política está tão caótica, atrapalhada e desorientada,
certamente, não é culpa da população. Essa sabe muito bem quais são suas
necessidades prementes e urgentes. Mas sabe também que não é escutada.
Conseguiram cortar a garganta da população!
Mas, aos
poucos, a indignação começa a tomar corpo. E, não fiquemos admirados e
surpresos!, se amanhã clamarmos por militares e sua força no governo e nas
ruas!
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