Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um homem
avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de
apêndice e foi levada às pressas para o hospital.
Operada de emergência, necessitou receber várias transfusões
de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento de sua
saúde.
O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestiona-la, lhe
disse: pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais rápido possível para
voltar para o seu lar e o seu marido.
Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo:
— O meu marido não precisa de mim. Aliás, ele não necessita
de ninguém. Sempre diz isto.
Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua mulher
não queria ficar curada.
Que ela estava sofrendo de profunda carência afetiva que
estava comprometendo a sua cura.
A resposta do marido foi curta, mas precisa:
— Ela tem de ficar boa.
Finalmente, como último recurso para a obtenção do
restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de sangue
direta.
O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de
sangue adequado para ela.
Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para as
veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível.
O marido, traduzindo na voz uma verdadeira afeição, disse
para a esposa:
— Querida, eu vou fazer você ficar boa.
— Por quê? Perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos.
— Porque você representa muito para mim. Você é a minha
vida!
Houve uma pausa.
O pulso dela bateu mais depressa.
Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente à cabeça para
ele.
— Você nunca me disse isso.
— Estou dizendo agora.
Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do médico
sobre a causa principal da cura da sua esposa.
Não foi a transfusão em si mesma, mas o que acompanhou a
doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse.
As palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a
vida. É importante saber dizer: amo você!
O gesto carinhoso, a palavra gentil autêntica, a
demonstração afetiva num abraço, numa delicada carícia funcionam como estímulos
para o estreitamento dos laços indestrutíveis do amor. É urgente que, no
relacionamento humano, se quebre a cortina do silêncio entre as criaturas e se
fale a respeito dos sentimentos mútuos, sem vergonha e sem medo.
A pessoa cuja presença é uma declaração de amor que consegue
criar um ambiente especial para si e para os da sua convivência.
Quem diz ao outro: eu amo você, expressa a sua própria
capacidade de amar, mas também, afirmando que o outro é amado, se faz amar e
cria amor ao seu redor.
Não Basta amar o outro.
É preciso que ele saiba que é amado!
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